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Menopausa é simplesmente o nome atribuído ao último período menstrual. No entanto, para a maioria das mulheres, significa muito mais do que isto. É o ciclo da vida da mulher em que os ovários param de produzir ovócitos, em que os seus períodos começam parar e em que os seus níveis hormonais se alteram. A menopausa é algo que ocorre habitualmente entre os 47 e os 53 anos. Traduz-se por afrontamentos, ausência de período, e pelo fim da idade reprodutiva da mulher. Constitui uma parte natural da sua vida, que, para uma mulher adolescente, ou nos seus 20’s, 30’s e início dos 40’s deveria estar num futuro longínquo.

Insuficiência Ovárica Prematura

Menopausa prematura, falência ovárica prematura e/ou insuficiência ovárica prematura (IOP) são termos habitualmente usados para descrever a mesma condição, independentemente da causa. Menopausa precoce é o termo utilizado para descrever a menopausa antes dos 45 anos e IOP designa a menopausa antes dos 40 anos. De uma maneira simplificada, significa que os ovários não estão a funcionar adequadamente. Eles param de produzir ovócitos anos e, em alguns casos, décadas antes do suposto. Além disso, os ovários são incapazes de produzir as hormonas estrogénio e progesterona, que desempenham papéis importantes na saúde e bem-estar da mulher. A IOP é diferente da menopausa que ocorre na idade habitual (52 anos). Não só porque ocorre numa idade muito jovem, mas também porque os ovários, frequentemente, não perdem completamente a sua função. Isto significa que a função ovárica pode flutuar ao longo do tempo, ocasionalmente resultando num período, ovulação, ou mesmo gravidez, vários anos após o diagnóstico. Devido a este retorno temporário da função ovárica, aproximadamente 5-10% das mulheres com IOP pode engravidar espontaneamente.

Quão frequente é?

Aproximadamente uma em cada 100 mulheres com menos de 40 anos, 1 em cada 1.000 mulheres abaixo dos 30 e uma em cada 10.000 antes dos 20 experiencia IOP.

A IOP espontânea afeta 1% das mulheres antes dos 40 anos. No entanto, um número crescente de mulheres sofre de IOP iatrogénica (IOP causada por cirurgia ou tratamentos de cancro). Assim, o número exato de mulheres afetadas por todas as causas em conjunto é desconhecido.

Qual é a causa da IOP?

A IOP pode ocorrer por várias causas. Infelizmente, ainda há muito por compreender sobre a IOP e, na maioria das mulheres (90%), a causa não é idenficável. Este tipo de IOP é habitualmente designado por IOP espontânea ou idiopática. Não saber a causa da IOP pode tornar mais difícil lidar psicologicamente com o diagnóstico. No entanto, não afeta o tratamento que deve ser oferecido. Algumas das causas que podem ser identificadas incluem:

Doença autoimune

Doenças autoimunes são situações em que o sistema imunitário ataca os seus próprios tecidos. Se a lesão ocorrer nos ovários pode resultar em IOP. Em cerca de 5% das mulheres com IOP, julga-se que ocorra devido a uma doença autoimune.

A IOP está associada a outras doenças autoimunes, incluindo hipotiroidismo, diabetes tipo 1 e doença de Addison.

Causas genéticas

Anomalias no cromossoma sexual feminino (o cromossoma X) ou noutros genes que afetam a função das hormonas sexuais, podem causar IOP. Foram identificados vários defeitos genéticos. O mais comum é o Sindrome de Turner, em que um dos cromossomas X está em falta. A IOP também está associada a algumas condições raras que tendem a ocorrer em famílias como o síndrome do X Frágil e a galactosémia.

As causas genéticas são mais comuns em mulheres com uma história familiar de IOP e em mulheres nas quais a IOP é diagnosticada numa idade muito precoce (exº na adolescência ou entre os 20 e os 30 anos) e em mulheres que nunca tiveram o período.

Infeção

Há relatos de IOP após infeções incluíndo sarampo, tuberculose e malária. No entanto, estes casos São extremamente raros.

Cirurgia

A remoção cirúrgica dos ovários antes dos 40 anos é outra causa de IOP. Esta remoção súbita das hormonas ováricas leva, frequentemente, a um início abrupto dos sintomas da menopausa. A remoção dos ovários (com ou sem histerectomia) pode ser necessária por vários motivos, incluindo: cancro do ovário, quistos do ovário, endometriose ou síndrome pré-menstrual grave. Sempre que possível, este tipo de cirurgia deverá ser planeado antecipadamente, de forma a que tenha a oportunidade de discutir com o seu especialista a opção de iniciar tratamento hormonal de substituição no momento, ou pouco tempo após a cirurgia, de forma a minimizar os sintomas da menopausa.

Tratamento de cancro

Tal como a cirurgia, outros tratamentos para o cancro, como a quimioterapia ou a radioterapia, podem causar danos temporários ou permanentes aos ovários, resultando em IOP. A probabilidade de tal acontecer depende dos medicamentos de quimioterapia utilizados, do local da radioterapia e da sua idade no momento do tratamento.

Perimenopausa

Perimenopausa

A IOP não deve ser confundida com a perimenopausa.

A perimenopausa dura vários anos antes e após o seu último período menstrual. Sintomas vagos, que podem não ter valorizados, podem tornar-se significativos quando vistos como parte da perimenopausa. É durante este período que notará as maiores alterações físicas, em que os seus períodos poderão tornar-se irregulares, e os afrontamentos e suores noturnos poderão começar. Durante esta fase ainda é fértil e poderá engravidar, embora a probabilidade de tal ocorrer seja, frequentemente, negligenciável.

Perimenopausa é o período durante o qual as suas hormonas se começam a alterar e a sua produção de ovócitos reduz significativamente. Um dos principais indicadores desta alteração é o aumento dos níveis da Hormona Folículo-Estimulante – ver abaixo.

 

Hormonas

 Hormonas

O estrogénio é a principal hormona sexual feminina produzida pelos ovários e é fundamental para o crescimento dos ovócitos e para o processo reprodutivo. Para além disso, também desempenha outros papéis em vários locais do organismo, mantendo a saúde cardiovascular, cerebral e óssea, entre outros.

 

Progesterona

A progesterona é uma hormona feminina produzida pelos ovários.
Uma das suas várias funções é ajudar a manter a gravidez. É secretada pelo corpo lúteo, durante a segunda metade do ciclo menstrual, e sinaliza ao útero que foi libertado um ovócito.

Hormona Folículo-Estimulante

A Hormona Folículo-Estimulante (FSH, Follicle Stimulating Hormone) é libertada pela hipófise e transportada até aos ovários para estimular os folículos. À medida que os níveis de FSH aumentam, alguns ovócitos respondem com baixos níveis de estrogénio. Ao fazê-lo, os ovários comunicam à hipófise que os folículos foram estimulados e a produção de FSH abranda.

No entanto, quando a reserva de folículos é baixa e estes não respondem à estimulação, a hipófise tenta compensar produzindo mais FSH a cada mês. Os níveis totais de FSH sobem.

Deve-se suspeitar de IOP se tem menos de 40 anos, não tem o período, ou este é pouco frequente durante algum tempo, e os seus níveis de FSH são superiores a 30 iu/l.

Um único teste de FSH sem sintomas de menopausa não é conclusivo, uma vez que os níveis de FSH podem variar. O doseamento de FSH deve ser repetido após 4-6 semanas para confirmar o diagnóstico.

Hormona Luteinizante (LH, Lutenizing Hormone)

A Hormona Luteinizante (LH) é libertada pela hipófise para a corrente sanguínea e desencadeia a ovulação, ou seja, a explosão do folículo ativo e a libertação do ovócito. O folículo roto, designado corpo lúteo (corpo amarelo) torna-se amarelo e, devido à ação da LH, produz progesterona. A LH também está elevada na IOP, mas, habitualmente, menos do que a FSH.

Testosterona

Apesar de ser habitualmente vista como uma hormona masculina, a testosterona também é muito importante nas mulheres. Desempenha um papel importante na líbido e saúde sexual, na força óssea e energia. Aproximadamente metade da nossa testosterona é produzida pelos ovários e a outra metade pelas glândulas suprarrenais. Os níveis de testosterona diminuem gradualmente com a idade mas podem diminuir subitamente em 50% se os ovários forem removidos cirurgicamente. Mulheres com IOP têm níveis de testosterona mais baixos quando comparadas com outras mulheres da mesma idade.